No decorrer da vida a nossa imaginação tem obstinação por conhecer todos os poderes da mente. Somos obstinados em nossos
pensamentos e ideias com relação à felicidade, justiça, beleza, conhecimento e
principalmente com a nossa existência.
Todos os homens, sem exceção,
procuram ser felizes. Embora por meios diferentes, tendem todos para este fim.
O homem é feito visivelmente
para pensar; é toda a sua dignidade e todo o seu mérito; e todo o seu dever é
pensar bem. (Blaise Pascal)
Todos os homens querem viver
felizes, mas, para descobrir o que torna a vida mais feliz, vai-se tentando,
pois não é fácil alcançar a felicidade, uma vez que quanto mais a procuramos
mais dela nos afastamos.
Podemos no enganar no caminho,
tomar a direção errada; quanto maior a pressa, maior a distância. (Sêneca)
A
imaginação tem todos os poderes: ela faz a beleza, a justiça, e a felicidade,
que são os maiores poderes do mundo. (Blaise Pascal)
Vida e obstinação por nossa existência
O que é o homem na natureza? Um
nada em relação ao infinito, um tudo em relação ao nada, um ponto a meio entre
nada e tudo.
Uma vez que não podemos ser
universais e saber tudo quanto se pode saber acerca de tudo, é preciso saber-se
um pouco de tudo, pois é muito melhor saber-se alguma coisa de tudo do que
saber-se tudo apenas de uma coisa.
Quando penso na pequena duração
da minha vida, absorvida na eternidade anterior, no pequeno espaço que ocupa,
fundido na imensidade dos espaços que ignora e que me ignoram, aterro-me e me
assombro de ver-me aqui e não alhures, pois não há razão alguma para que esteja
aqui e não alhures, agora e não em outro qualquer momento.
Quem me colocou nessas
condições? Por ordem e obra e necessidade de quem me foram designados esse
lugar e esse momento? Memoria hospitis unius diei praetereuntis. (A lembrança
de hóspede de um dia que passa. Sabedoria, V, 15.)
Ante a cegueira e a miséria do
homem, diante do universo mudo, do homem sem luz, abandonado a si mesmo e como
que perdido nesse rincão do universo, sem consciência de quem o colocou aí, nem
do que veio fazer, nem do que lhe acontecerá depois da morte, ante o homem
incapaz de qualquer conhecimento, invade-me o terror e sinto-me como alguém que
levassem, durante o sono, para uma ilha deserta, e espantosa, e aí despertasse
ignorante de seu paradeiro e impossibilitado de evadir-se.
E maravilho-me de que não se
desespere alguém ante tão miserável estado. Vejo outras pessoas ao meu lado,
aparentemente iguais; pergunto-lhes se se acham mais instruídas que eu, e me
respondem pela negativa; no entanto, esses miseráveis extraviados se apegam aos
prazeres que encontram em torno de si.
Quanto a mim, não consigo
afeiçoar-me a tais objetos e, considerando que no que vejo há mais aparência do
que outra coisa e procuro descobrir se Deus não deixou algum sinal próprio.
O silêncio eterno desses
espaços infinitos me apavora. Quantos reinos nos ignoram!
Por que são limitados meus
conhecimentos, minha estatura, a duração de minha vida a cem anos e não a mil?
Que motivos levaram a natureza
a fazer-me assim, a escolher esse número em lugar de outro qualquer, desde que
na infinidade dos números não há razões para tal preferência, nem nada que seja
preferível a nada? (Blaise Pascal)
A vida vazia de sentido
É realmente inacreditável o
quanto a vida da maioria dos homens, quando vista do exterior, decorre
insignificante, vazia de sentido e, quando percebida no seu interior, decorre
de maneira tosca e irrefletida.
Trata-se de um anseio e
tormento obscuro, um vaguear sonolento pelas quatro idades da vida, acompanhado
por uma série de pensamentos triviais. Assemelham-se a relógios aos quais se
deu corda e funcionam sem saber por quê. (Arthur Schopenhauer)
A pequenez de espírito faz a
obstinação; e não se acredita facilmente naquilo que está para além do que se
vê. (François, Duque de La Rochefoucauld)
Todas as boas máximas se
encontram no mundo: só falhamos ao aplicá-las. A consciência é o melhor livro
de moral e o que menos se consulta.
É indispensável conhecermo-nos
a nós próprios; mesmo se isso não bastasse para encontrarmos a verdade, seria
útil, ao menos para regularmos a vida, e nada há de mais justo.
A grandeza de uma pessoa está
em saber reconhecer sua própria pequenez. Aquele que duvida e não investiga
torna-se não só infeliz, mas também injusto. (Blaise Pascal)
Abraços e muita paz!
Vida e obstinação por todos os poderes
Reviewed by Luís Eduardo Pirollo
on
outubro 10, 2017
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