A existência e os dramas
causados pelos limites humanos. O drama de uma vida pode sempre ser explicado
pela metáfora do peso. Dizemos que temos um fardo sobre os ombros. Carregamos
esse fardo, que suportamos ou não. Lutamos com ele, perdemos ou ganhamos...
São precisamente as perguntas
para as quais não existem respostas que marcam os limites das possibilidades
humanas e traçam as fronteiras da nossa existência.
A nossa
felicidade depende mais do que temos nas nossas cabeças, do que nos nossos
bolsos. (Arthur Schopenhauer)
Vida e a unicidade do "eu"
A unicidade do "eu"
se esconde exatamente no que o ser humano tem de inimaginável.
Só podemos imaginar o que é
idêntico em todos os seres, o que lhes é comum.
O "eu" individual é o
que se distingue do geral, portanto o que não se deixa adivinhar nem calcular
antecipadamente, o que precisa ser desvendado, descoberto, conquistado no
outro.
Quanto mais pesado o fardo,
mais próxima da terra está nossa vida, e mais ela é real e verdadeira.
Por outro lado, a ausência
total de fardo faz com que ele voe, se distancie da terra, do ser terrestre,
faz com que ele se torne semi-real, que seus movimentos sejam tão livres quanto
insignificante.
A vida humana acontece só uma
vez, e não poderemos jamais verificar qual seria a boa ou a má decisão, porque,
em todas as situações, só podemos decidir uma vez.
Não nos são dadas uma primeira,
segunda, terceira ou quarta chance para que possamos comparar decisões
diferentes.
Pelo fato da vida ser,
relativamente, tão curta e não comportar “reprises”, para emendarmos nossos
erros, somos forçados a agir, na maior parte das vezes, por impulsos, em
especial nos atos que tendem a determinar nosso futuro.
Somos como atores convocados a
representar uma tragédia (ou comédia), sem ter feito um único ensaio, apenas
com uma ligeira e apressada leitura do script.
Nunca saberemos, de fato, se a
intuição que nos determinou seguir certo sentimento foi correta ou não. Não há
tempo para essa verificação. Por isso, precisamos cuidar das nossas emoções com
carinho muito especial.
Mesmo nos momentos da mais
profunda desordem, é segundo as leis da beleza que, secretamente, o homem vai
compondo a sua vida. (Texto montado com frases de Milan Kundera)
O homem nunca é feliz, passa a
vida inteira lutando por algo que acha que vai fazê-lo feliz. Não consegue e,
quando consegue, fica desapontado: ele é um náufrago e chega ao porto de
destino sem mastros nem cordames.
Não interessa mais se ele foi
feliz ou infeliz, pois a vida foi sempre apenas o presente, que estava sempre
sumindo e agora terminou.
Quando a felicidade se
apresenta devemos abrir-lhe todas as portas porque jamais foi considerada
inoportuna. (Arthur Schopenhauer)
Abraços e muita paz!
Vida e o drama dos limites humanos
Reviewed by Luís Eduardo Pirollo
on
abril 23, 2017
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