Diz o velho ditado popular que para bom entendedor, meia palavra
basta. A vida de um povo degrada-se com um governo de ímpios, injustos e
imorais. Quando isto ocorre, uma boa parte do povo se revolta, outra se esconde
e deixa de oferecer prosperidade. Cessam as oportunidades face ao medo
iminente, brota a ira de um povo.
Como leões que rugem ou ursos ferozes são os ímpios que governam
um povo necessitado. Quando os justos triunfam, há prosperidade geral; mas,
quando os ímpios sobem ao poder, os homens tratam de esconder-se.
O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, o que
endurece o coração cairá na desgraça; mas o que as confessa e deixa, alcançará
misericórdia. (Provérbios 28)
Alma de um povo sofrido e injustiçado
Dizem que há na alma humana quatro gigantes que acompanham a
evolução. Três deles colocam obstáculos, e apenas um abre todas as portas. Os
três criadores de problemas chamam-se: Medo, Ira e Dever.
O Medo é um gigante enraizado profundamente, que se alimenta da
necessidade de preservar a vida diante do perigo, mas que se alia com a
imaginação e cria neuroses que chegam a paralisar completamente a vida de uma
pessoa ou de um povo.
A Ira é um gigante destrutivo, que se alimenta da reação normal
de uma pessoa diante do medo, mas por ser normalmente abafado e recalcado acaba
criando o ódio, que é uma raiva em conserva, podendo consumir uma pessoa por
dentro até matá-la.
O Dever é um gigante que entulha o caminho dos humanos com
muitas obrigações, podendo esmagá-lo com tantas delas que até produz tédio e
imobilidade.
Quem poderia salvar este povo sofrido? Somente a justiça pode
intervir satisfatoriamente por um povo. Não há justiça sem amor. Então, quem
poderia abrir todas as portas é o gigante Amor, mas raramente alguém se utiliza
dele.
Porque o amor não é algo que acontece do dia para a noite, mas
uma dimensão que resulta do esforço para abrir o coração e entregar ao mundo ou
a um povo o que haja de melhor na alma de quem assim se atreva a viver ou
governar justamente.
A justiça divina nunca falha
Governantes ímpios e imorais oprimem o pobre e o forçam a
entregar o trigo. Por isso, embora vocês tenham construído mansões de pedra,
nelas não morarão; embora tenham plantado vinhas verdejantes, não beberão do
seu vinho.
Pois eu sei quantas são as suas transgressões e quão grandes são
os seus pecados. Vocês oprimem o justo, recebem suborno e impedem que se faça
justiça ao pobre nos tribunais. Vocês estão transformando o direito em amargura
e atirando a justiça ao chão
Por isso o prudente se cala em tais situações, pois é tempo de
desgraças. Mas a justiça divina vem ao seu tempo, portanto, odeiem o mal, amem
o bem; estabeleçam a justiça nos tribunais, pois haverá lamentação em todas as
praças e gritos de angústia em todas as ruas.
Haverá lamentos em todas as vinhas, pois passarei no meio de
vocês e será dia de trevas, não de luz. Será como se um homem fugisse de um
leão e encontrasse um urso; como alguém que entrasse em sua casa e, encostando
a mão na parede, fosse picado por uma serpente. (Amós 5)
Haverá um justo que domine sobre os homens, que domine no temor
de Deus. E será como a luz da manhã, quando sai o sol, da manhã sem nuvens,
quando pelo seu resplendor e pela chuva a erva brota da terra. (Samuel 23)
Deus vê o caminho dos homens; Ele enxerga cada um dos seus passos.
Não há sombra densa o bastante, onde os que fazem o mal possam esconder-se.
Deus não precisa de maior tempo para examinar os homens e levá-los à sua
presença para julgamento.
Sem depender de investigações, Ele destrói os poderosos e coloca
outros em seu lugar. Visto que Ele repara nos atos que eles praticam,
derruba-os, e eles são esmagados. Tudo para que o ímpio não governe e não
exista quem engane o povo. (Jó 34)
Podem os homens enganar uns aos outros, mas nenhum de nós poderá
iludir a Justiça Divina.
Abraços e muita paz!
Vida e o governo dos ímpios e imorais
Reviewed by Luís Eduardo Pirollo
on
março 24, 2016
Rating: