A vida e o domínio do ser humano pelo sofrimento voluntário. Na
vida passamos por dois tipos de sofrimento, o sofrimento voluntário ou
imaginário e o sofrimento obrigatório. O ser humano se acostuma com o
sofrimento voluntário irreal pelo sentimento de autocompaixão e pelo comodismo ou inércia da ação.
Neste
último caso, sofrimento voluntário irreal, o ser humano deixa-se levar pela suposição de que não conseguirá
nada melhor.
O sofrimento obrigatório é o que serve para nos ensinar a
reagir, esta reação deve ser firme e breve. Já o sofrimento voluntário não tem
fim, segue por toda a vida por falta de reação, pois o homem é dominado por ele
se não aprender a se livrar desta corrente.
Pela falta de virtudes, sofremos o orgulho ferido, a vaidade
frustrada e tantos outros dissabores causados pela maciça identificação com o
Ego-orgulhoso. (Sentido da Luz)
Dominados pelo sofrimento voluntário
Esta identificação faz com que o homem pense pequeno e se sinta
acorrentado e com baixa no padrão de sua capacidade intelectual normal.
Enquanto não nos livrarmos do sofrimento inútil, não podemos
chegar ao sofrimento útil que nos fortifica e nos mostra o caminho para o
conhecimento.
Temos, portanto, que aprender a distinguir o sofrimento útil do
sofrimento imaginário para poder sacrificar essa emoção negativa e irreal.
No sofrimento só uma pequena porção dele é real. O sofrimento
real é limitado pelo tempo. Um dia ele acaba. O mesmo não acontece com o
sofrimento imaginário. Esse não pode ser limitado e nada pode fazê-lo parar,
salvo se for compreendido pelo homem que o alimenta.
Quando o homem descobre que o sofrimento é uma parte imaginária
de si mesmo, que é produto de sua vontade, fruto de emoções e imaginação
negativas, ele sacrifica o sofrimento e se liberta.
A primeira condição para livrar-se do sofrimento inútil é
conhecê-lo pelo que é. Quando conhecemos nosso sofrimento imaginário, o
primeiro passo a ser dado é decidir mentalmente abrir mão dele.
Feito isso, devemos treinar o desapego que temos com esse tipo
de sofrimento. Enquanto estivermos hipnotizados pelo sofrimento irreal, não
faremos esforço para livrar-nos dele. (Savas)
Você gosta da sua vida?
Se fosse feita uma enquete nas ruas com a pergunta: "Você
tem a vida que pediu a Deus?", a maioria responderia com um sonoro
"quá quá quá".
Lógico que alguém desempregado, doente ou que tenha sido vítima
de uma tragédia pessoal não estará muito entusiasmado.
Mas mesmo os que teriam motivos para estar (aqueles que possuem
emprego, saúde e alguma relação afetiva, que é considerada a tríade da
felicidade) também não têm achado muita graça na vida.
O mundo é habitado por pessoas frustradas com o próprio
trabalho, pessoas que não estão satisfeitas com o relacionamento que
construíram, pessoas saudosas de velhos amores, pessoas que gostariam de estar
morando em outro lugar, pessoas que se julgam injustiçadas pelo destino,
pessoas que não aguentam mais viver com o dinheiro contado, pessoas que
gostariam de ter uma vida social mais agitada, pessoas que prefeririam ter um
corpo mais em forma, enfim, os exemplos se amontoam.
Se formos espiar pelo buraco da fechadura de cada um,
descobriremos que estão todos relativamente bem, mas poderiam estar melhor.
Por que não estão? Ora, a culpa é do governo, do papa, da
sociedade, do capitalismo, da mídia, do inferno zodiacal, dos carboidratos, dos
hormônios e demais bodes expiatórios dos nossos infernizantes dilemas. A culpa
é de tudo e de todos, menos nossa.
Um amigo meu, psiquiatra, costuma dizer uma frase atordoante.
Ele acredita que todas as pessoas possuem a vida que desejam. Podem até não
estar satisfeitas, mas vivem exatamente do jeito que acham que devem. Ninguém
as força a nada, nem o governo, nem o Papa, nem a mídia. A gente tem a vida que
pediu, sim. Se ela não está boa, quem nos impede de buscar outras opções?
Quase subo pelas paredes quando entro neste papo com ele porque
respeito muito as fraquezas humanas. Sei como é difícil interromper uma
trajetória de anos e arriscar-se no desconhecido. Reconheço os diversos fatores
- família, amigos, opinião alheia - que nos conduzem ao acomodamento.
Por outro lado, sei que este meu amigo está certo. Somos os
roteiristas da nossa própria história, podemos dar o final que quisermos para
nossas cenas. Mas temos que querer de verdade. Querer pra valer. É este o
esforço que nos falta.
A mulher que diz que adoraria se separar mas não o faz por causa
dos filhos, no fundo não quer se separar. O homem que diz que adoraria ganhar a
vida em outra atividade, mas já não é jovem para experimentar, no fundo não
quer tentar mais nada.
É lá no fundo que estão as razões verdadeiras que levam as
pessoas a mudarem ou a manterem as coisas como estão. É lá no fundo que os
desejos e as necessidades se confrontam. Em vez de nos queixarmos, ganharíamos
mais se nadássemos até lá embaixo para trazer a verdade à tona. E então deixar
de sofrer. (Martha Medeiros)
O sofrimento serve apenas para nos ensinar a reagir rápido. Quem
não aprende, é dominado por ele.
(Paulo Coelho)
Abraços e muita paz!
Vida e domínio do sofrimento voluntário
Reviewed by Luís Eduardo Pirollo
on
fevereiro 22, 2016
Rating:
Muitas vezes aprendemos pela DOR.Ela serve para acordarmos para o essencial, verdadeiro da Vida. Precisamos de analisar nossos comportamentos, nosso interior para sabermos se estamos realmente agindo corretamente. Sempre é tempo de mudar, e o mudar é dever nosso.A vida é mestra em ensinar...tenhamos sabedoria para aprender com ela. Paz e Harmonia sempre!.
ResponderExcluirOlá, querida amiga Eloiza!!!
ExcluirSim, aprendemos muito com o sofrimento e com a dor, são os termômetros para acordarmos para o que é realmente para a vida. Sim, que tenhamos sabedoria para aprender o que realmente importa nesta vida.
Obrigado querida amiga, fico muito feliz com sua presença e participação, valeu!!!
Obrigado, muita paz e harmonia para você também!!!
Abraços e muita luz em seu caminho!!!