Na vida somos como atores convocados a representar diariamente,
mesmo diante dos grandes mistérios da existência e sem direito a ensaio ou
avaliação. Viver é uma tarefa árdua, precisamos reinventar constantemente.
Passamos de tragédia à comédia com um leve observar do script, tudo muito
rápido.
São precisamente as perguntas para as quais não existem
respostas que marcam os limites das possibilidades humanas e traçam as
fronteiras da nossa existência.
A unicidade do "eu" se esconde exatamente no que o ser
humano tem de inimaginável. Só podemos imaginar o que é idêntico em todos os
seres, o que lhes é comum.
O "eu" individual é o que se distingue do geral,
portanto o que não se deixa adivinhar nem calcular antecipadamente, o que
precisa ser desvendado, descoberto, conquistado.
Atravessamos o presente de olhos vendados, mal podendo
pressentir aquilo que estamos vivendo... Só mais tarde, quando a venda é
retirada, perceberemos o que foi vivido e compreenderemos o sentido do que se
passou...
“A faculdade de um ser agir segundo as suas representações
chama-se vida." (Immanuel Kant)
Vida e a insustentável leveza do ser
O homem, porque não tem senão uma vida, não tem nenhuma
possibilidade de verificar a hipótese através de experimentos, de maneira que
não saberá nunca se errou ou acertou ao obedecer a um sentimento.
Tudo é vivido pela primeira vez e sem preparação. Como se um
ator entrasse em cena sem nunca ter ensaiado.
Pelo fato da vida ser, relativamente, tão curta e não comportar
“reprises”, para emendarmos nossos erros, somos forçados a agir, na maior parte
das vezes, por impulsos, em especial nos atos que tendem a determinar nosso
futuro.
Somos como atores convocados a representar uma tragédia (ou
comédia), sem ter feito um único ensaio, apenas com uma ligeira e apressada
leitura do script.
Nunca saberemos, de fato, se a intuição que nos determinou
seguir certo sentimento foi correta ou não. Não há tempo para essa verificação.
Por isso, precisamos cuidar das nossas emoções com carinho muito especial.
Enquanto as pessoas são mais ou menos jovens e a partitura de
suas vidas está somente nos primeiros compassos, elas podem compô-la juntas e
trocar os motivos, mas quando se encontram numa idade mais madura, suas
partituras estão mais ou menos terminadas, e cada palavra, cada objeto,
significa algo diferente na partitura de cada um.
(Postagem montada com textos e frase de Milan Kundera)
Muitas vezes nos refugiamos no futuro para escapar do
sofrimento. Mas a história é tão leve quanto a vida do indivíduo,
insustentavelmente leve, leve como uma pluma, como uma poeira que voa como uma
coisa que vai desaparecer amanhã.
O homem pode por fim à sua vida, mas não à sua imortalidade.
(Milan Kundera)
Abraços e muita paz!
Vida e atores convocados a representar
Reviewed by Luís Eduardo Pirollo
on
fevereiro 18, 2016
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Somos Espíritos imortais, não temos apenas uma vida, mas quantas o PLANO MAIOR determinar necessárias a nossa Evolução. Cabe a cada um fazer suas escolhas. Muita Paz para VC também.
ResponderExcluirBoa noite, querida amiga Eloiza!!!
ExcluirSim, somos espíritos imortais, mas esta vida é apenas esta, outras serão outras, não haverá repetição... Este degrau não se repetirá jamais, portanto, esta vida é única.
Obrigado querida amiga, fico muito feliz com sua presença e participação, valeu!!!
Tenha uma ótima e abençoada noite!!!
Abraços e muita paz para você também!!!