Para uma vida com equanimidade ou tranquilidade de espírito é
preciso enfrentar a possibilidade conflitiva da renúncia. Aprender a renunciar
faz parte da vida, do amadurecimento e da evolução humana. Neste caso, a
renúncia significa alcançar a perfeita equanimidade.
Ninguém gosta de renunciar, mas é preciso renunciar a
onipotência humana e a forma possessiva de viver, pois somente Deus é onipotente.
Outras vezes é preciso renunciar a si mesmo, isto é humildade, pois somente
quem está disposto a perder tem o direito de ganhar.
O amadurecimento também está relacionado com a renúncia. Com o
amadurecimento vamos aprendendo a renunciar as formas possessivas do viver.
Viver é optar e toda vez que optamos ou escolhemos alguma coisa estamos
renunciando outra.
Sem um sentido de equanimidade, amor e compaixão imparcial não
pode sequer começar. (Dalai Lama)
Determinada flor é, em primeiro lugar, uma renúncia a
todas as outras flores. E, no entanto, só com esta condição é bela. (Antoine de
Saint-Exupéry)
Vida e a renúncia possessiva do viver
Existe uma tendência de interpretar renúncia como sendo
meramente desistir dos apegos mundanos. A verdadeira renúncia significa atingir
perfeita equanimidade.
As pessoas podem criticá-lo ou elogiá-lo; receba ambos com senso
de equanimidade. Alguém pode tentar feri-lo, enquanto outro pode tentar lhe
fazer algo de bom; trate ambas as situações com equanimidade.
Em um negócio, você pode ter prejuízo e em outro você pode ter
lucro; trate ambos da mesma maneira. Equanimidade é a marca registrada da
elevação espiritual. (Sathya Sai Baba)
O sábio não se exibe e vejam como é notado. Renuncia a si mesmo
e jamais é esquecido. (Lao-Tsé)
Vida e a felicidade possível
Só quem está disposto a perder tem o direito de ganhar. Só o
maduro é capaz da renúncia. E só quem renuncia aceita provar o gosto da
verdade, seja ela qual for.
O que está sempre por trás dos nossos dramas, desencontros e
trambolhões existenciais é a representação simbólica ou alegórica do impulso do
ser humano para o amadurecimento.
A forma de amadurecer é viver.
Viver é seguir impulsos até perceber, sentir, saber ou intuir a
tendência de equilíbrio que está na raiz deles (impulsos).
A pessoa é impelida para a aventura ou peripécia, como forma de
se machucar para aprender, de cair para saber levantar-se e aprender a andar. É
um determinismo biológico: para amadurecer há que viver (sofrer) as
machucadelas da aventura e da peripécia existencial.
A solução de toda situação de impasse só se dá quando uma das
partes aceita perder ou aceita renunciar (e perder ou renunciar não é igual,
mas é muito parecido; é da mesma natureza).
Sem haver quem aceite perder ou renunciar, jamais haverá o
encontro com a verdade de cada relação. E muitas vezes a verdade de cada
relação pode estar na impossibilidade, por mais atração que exista. Como pode
estar na possibilidade conflitiva, o que é sempre difícil de aceitar.
Só a renúncia no tempo certo devolve as pessoas a elas mesmas e
só assim elas amadurecem e se preparam para os verdadeiros encontros do amor,
da vida e da morte. Só quem está disposto a perder consegue as vitórias
legítimas.
Amadurecer acaba por se relacionar com a renúncia, não no
sentido restrito da palavra (renúncia como abandono), porém no lato (renúncia
da onipotência humana e das formas possessivas do viver).
Viver é renunciar porque viver é optar e optar é renunciar.
Renunciar às hipóteses de felicidade completa, plenitude, etc...
é tudo o que se aprende na vida, mas até se descobrir que a vida se constrói
aos poucos, sobre os erros, sobre as renúncias, trocando o sonho e as ilusões
pela construção do possível e do necessário, o ser humano muito erra e se
embaraça, esbarra, agride, é agredido.
Eis a felicidade possível: compreender que construir a vida é
renunciar a pedaços da felicidade para não renunciar ao sonho da felicidade.
(Artur da Távola)
Verdade, pureza, autocontrole, firmeza, coragem, humildade,
unificação, paz e renúncia. Essas são as qualidades herdadas de uma pessoa que
resiste. (Mahatma Gandhi)
Abraços e muita paz!
Vida e a equanimidade pela renúncia
Reviewed by Luís Eduardo Pirollo
on
janeiro 25, 2016
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É necessário renúncia sim, e como. Como viver na diversidade sem renúncias? Assim vamos amadurecendo frente as prioridades da vida. A renúncia pode trazer coisas melhores na nossa vida. A sabedoria aponta quando devemos renunciar, o porquê, para que, etc.Muita Paz para VC também.
ResponderExcluirBoa noite, querida amiga Eloiza!!!
ExcluirVerdade, com o amadurecimento vamos aprendendo a renunciar muitas coisas em benefício da equanimidade, da paz de espírito e da evolução. Cada vez que fazemos uma opção, estamos renunciando alguma coisa, que sejamos sábios nestas escolhas.
Obrigado querida amiga, fico muito feliz com sua presença e participação, valeu!!!
Abraços com carinho e muita paz!!!