Vamos conhecer alguns alimentos que podem melhorar sua saúde,
são os denominados alimentos funcionais provenientes de fontes vegetais. Vamos
conhecer a ação de cada um deles em nosso organismo e os benefícios que trazem
com o uso constante. Vamos conhecer também alguns estudos realizados no
decorrer dos anos. Como sabiamente foi exposto por Hipócrates aproximadamente 2500
anos atrás, "Deixe o alimento ser teu remédio e o remédio ser teu
alimento". Ultimamente temos visto uma explosão do interesse dos
consumidores no papel de cada alimento específico e seus componentes alimentares
ativos fisiologicamente, os supostos alimentos funcionais e seu poder de melhorar
a saúde.
Alimentos Funcionais
O Comitê de Alimentos e Nutrição do Institute of Medicine
(IOM/FNB, 1994) definiu alimentos funcionais como “qualquer alimento ou
ingrediente que possa proporcionar um benefício à saúde além dos nutrientes
tradicionais que eles contêm”. O termo alimentos funcionais foi primeiramente
introduzido no Japão em meados dos anos 80 e se refere aos alimentos
processados contendo ingredientes que auxiliam funções específicas do corpo
além de serem nutritivos.
Aveia
Produtos com aveia são uma fonte dietética amplamente estudada
de fibras solúveis b-glucan redutoras de colesterol. Há agora uma concordância
científica significativa de que o consumo deste alimento vegetal em particular
pode reduzir o colesterol total e a lipoproteína de baixa densidade (LDL),
desse modo reduzindo o risco de doenças cardíacas coronarianas. Por isso, o Food
and Drug Administration (FDA) outorgou o primeiro alimento específico com
alegação de promoção de saúde em janeiro de 1997 (DHHS/FDA, 1997), em resposta
a uma petição submetida pela Quaker Oats Company (Chicago,
EUA).
Soja
A soja não apenas é uma proteína de alta qualidade, conforme
avaliação pelo método "Escore de Aminoácidos Corregido pela
Digestibilidade Protéica" (Protein Digestibility Corrected Amino Acid
Score) do FDA, mas agora tem se pensado que ela desempenha um papel preventivo
e terapêutico na doença cardiovascular (DCV), câncer, osteoporose e o alívio
dos sintomas da menopausa. O efeito da soja em diminuir o colesterol é o
efeito fisiológico mais bem documentado. Uma meta-análise de 1995 de 38 estudos
diferentes (envolvendo 743 pessoas) descobriu que o consumo da proteína da soja
resultou em reduções significativas no colesterol total (9,3%), LDL-colesterol (12,9%)
e triglicerídeos (10,5%). A soja também pode beneficiar a saúde dos ossos
(Anderson e Garner, 1997). Um estudo clínico recente envolvendo 66
mulheres pós-menopausa conduzido pela University of Illinois (Erdman
and Potter, 1997) descobriu que 40 g de proteína de soja isolada (ISP) por dia
(contendo 90 mg de isoflavonas totais) significativamente aumentou
(aproximadamente 2%) tanto o conteúdo mineral como a densidade óssea na coluna
lombar após 6 meses. proteína de alta-densidade (HDL) (Anderson et al.,
1995)
Linhaça
Entre os principais óleos extraídos de sementes, o óleo de
linhaça contém o maior conteúdo (57%) do ácido graxo ômega-3, um ácido
a-linolênico. As pesquisas atuais, todavia, têm se concentrado mais
especificamente nos compostos associados a fibras conhecidos como lignanas.
As duas lignanas primárias de mamíferos, enterodiol e seu produto oxidado,
enterolactona, são formadas no trato intestinal pela ação bacteriana sobre
precursores da lignana vegetal (Setchell et al., 1981). A linhaça é a fonte
mais rica de precursores de lignana de mamíferos (Thompson et al., 1991).
Devido ao fato que o enterodiol e a enterolactona são estruturalmente similares
tanto aos estrogênios sintéticos como aos de ocorrência natural, e porque vem
sendo mostrado que eles possuem atividades estrogênica fraca e
anti-estrogênica, eles podem desempenhar um papel na prevenção de cânceres
dependentes de estrogênios. Entretanto, não há nenhum dado epidemiológico e relativamente
poucos estudos com animais para apoiar esta hipótese. Em roedores, a linhaça
demonstrou diminuir tumores do cólon e da glândula mamária (Thompson, 1995) bem
como do pulmão (Yan et al., 1998).
Tomate
Selecionado pela revista Eating Well como o Vegetal
do Ano em 1997, o tomate vem recebendo uma atenção significativa nos
últimos três anos por causa do interesse no licopene, o carotenóide primário
encontrado nesta fruta (Gerster, 1997), e seu papel na redução do risco de
câncer (Weisburger, 1998). Num estudo de coorte prospectivo com mais de
47.000 homens, aqueles que consumiram produtos a base de tomate 10 vezes ou
mais por semana tiveram menos da metade do risco de desenvolver câncer de
próstata avançado (Giovannucci et al., 1995).
Alho
O alho (Allium sativum) é provavelmente a erva mais amplamente
citada na literatura por propriedades medicinais (Nagourney, 1998). Desse modo,
não é uma surpresa que o alho tenha alcançado o posto de segunda erva mais
vendida nos Estados Unidos nos últimos dois anos (Anon., 1998). Os benefícios à
saúde propostos para o alho são numerosos, incluindo quimioprevenção do câncer,
propriedades antibióticas, anti-hipertensivas e redutoras do colesterol
(Srivastava et al., 1995).
Diversos estudos epidemiológicos mostram que o alho pode ser
eficaz em reduzir o risco de câncer em humanos (Dorant et al., 1993). Uma
investigação caso-controle relativamente grande conduzida na China mostrou uma
forte relação inversa entre o risco de câncer de estômago e o aumento da
ingestão de plantas do gênero Allium (You et al., 1988). Mais recentemente, em
um estudo com mais de 40.000 mulheres pós-menopausa, o consumo de alho foi
associado com uma redução de aproximadamente 50% no risco de câncer de cólon
(Steinmetz et al., 1994).
Brócolis
e outros Vegetais Crucíferos
Evidência epidemiológica tem associado o consumo frequente de
vegetais crucíferos com a diminuição do risco de câncer. Em uma revisão recente
de 87 estudos caso-controle, Verhoeven et al. (1996) demonstraram uma
associação inversa entre o consumo total de vegetais brassica e o
risco de câncer. A porcentagem dos estudos caso-controle que mostraram uma
associação inversa entre o consumo de repolho, brócolis, couve-flor e couve de
Bruxelas e risco de câncer foi de 70, 56, 67 e 29%, respectivamente. Verhoeven
et al. (1997) atribuiu as propriedades anti-carcinogênicas dos vegetais
crucíferos ao seu conteúdo relativamente alto de glicosinolatos.
Frutas
Cítricas
Diversos estudos epidemiológicos têm demonstrado que as frutas
cítricas possuem um efeito protetor contra uma variedade de cânceres humanos.
Ainda que laranjas, limões, limas e toranjas (grapefruits) sejam uma das
principais fontes de importantes nutrientes como vitamina C, folato e fibras,
Elegbede et al. (1993) tem sugerido que outro componente seja o responsável
pela atividade anti-câncer. As frutas cítricas são particularmente ricas em uma
classe de fitoquímicos conhecida como limonóides (Hasegawa e Miyake,
1996).
Chá
O chá perde apenas para água como a bebida mais consumida no
mundo. Uma grande atenção tem sido dirigida aos constituintes polifenólicos do
chá, particularmente do chá verde (Harbowy e Balentine, 1997). Os polifenóis
abrangem mais de 30% do peso bruto total das folhas do chá fresco. As
catequinas são os polifenóis predominantes e mais significativos do chá
(Graham, 1992). As quatro principais catequinas do chá verde são
epigalocatequina-3-galato, epigalocatequina, epicatequina-3-galato e
epicatequina.
Nos últimos anos têm havido um grande interesse nos efeitos
farmacológicos do chá (AHF, 1992). Até agora, a maior parte das pesquisas sobre
os benefícios do chá à saúde tem focalizado seus efeitos quimiopreventivos
contra o câncer, ainda que os estudos epidemiológicos sejam inconclusivos até
agora (Katiyar and Mukhtar, 1996). Em uma revisão de 1993 de 100 estudos
epidemiológicos (Yang e Wang, 1993), aproximadamente 2/3 dos estudos não
encontraram nenhuma relação entre o consumo de chá e o risco de câncer,
enquanto 20 encontraram uma relação positiva e somente 14 estudos mostraram que
o consumo de chá reduzia o risco de câncer. Uma revisão mais recente sugere que
os benefícios do consumo de chá são restritos a uma ingestão grande em
populações de alto risco (Kohlmeier et al., 1997a). Esta hipótese apóia os
achados recentes de que o consumo de cinco ou mais xícaras de chá verde por dia
estava associado com a diminuição da recorrência do câncer de mama de estágio I
e II em mulheres japonesas (Nakachi et al., 1998).
Vinho e
Uvas
Há uma evidência crescente de que o vinho, particularmente o
vinho tinto, pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares. A ligação entre
a ingestão de vinho e a doença cardiovascular tornou-se pela primeira vez
aparente em 1979 quando St. Leger et al. (1979) encontrou uma forte correlação
negativa entre a ingestão de vinho e morte por doença cardíaca isquêmica tanto
em homens como em mulheres de 18 países. A França em particular tem uma taxa
relativamente baixa de doenças cardiovasculares apesar da dieta rica em gordura
proveniente dos latícinios (Renaud e de Lorgeril, 1992). Ainda que este
"paradoxo francês" possa ser parcialmente explicado pela capacidade
do álcool em aumentar o colesterol HDL, investigações mais recentes tem
focalizado os componentes não-alcoólicos do vinho, em particular, os
flavanóides.
Apesar dos benefícios do consumo de vinho sobre a redução do risco
de doenças cardiovasculares parecer promissor, um recente estudo
prospectivo com 128.934 pessoas adultas do norte da Califórnia concluiu que os
benefícios do consumo de álcool sobre o risco coronário não esteve especialmente
associado com o vinho tinto (Klatsky et al., 1997). Além disso, uma certa
cautela é a ordem, uma vez que as bebidas alcoólicas de todos os tipos têm sido
ligadas ao aumento do risco de diversos tipos de câncer, incluindo câncer de
mama (Bowlin et al., 1997). Consumo moderado de vinho também tem sido associado
com uma diminuição do risco de degeneração macular relacionada com a idade
(Obisesan et al., 1998).
Aqueles que desejam os benefícios à saúde provindos do vinho sem
o risco potencial podem pensar em utilizar o vinho sem álcool, o qual tem
demonstrado poder aumentar a capacidade antioxidante total do plasma (Serafini
et al., 1998). Ainda, Day et al. (1998) demonstraram que o suco de uva
comercial é eficaz em inibir a oxidação de LDL isolado de amostras humanas. O
vinho tinto também é uma fonte significativa de trans-resveratrol, uma
fitoalexina encontrada na casca da uva (Creasy e Coffee, 1988). Também tem sido
demonstrado que o resveratrol possui propriedades estrogênicas (Gehm et al.,
1997) que podem explicar em parte os benefícios cardiovasculares do ato de
beber vinho, e ele tem demonstrado uma capacidade de inibir a carcinogênese in
vivo (Jang et al., 1997).
(Fonte: Resumo da matéria do Institute of Food Technologists - Painel
de Especialistas em Segurança Alimentar e Nutrição – Dra. Claire M. Hasler,
Ph.D.)
Veja também: As vantagens da lecitina de soja
Faça sua análise de cada um deles e use ao que achar conveniente
para sua saúde.
Abraços e muita paz!
Alimentos que podem melhorar sua saúde
Reviewed by Luís Eduardo Pirollo
on
outubro 09, 2014
Rating:
Eloiza Martins De Oliveira Miranda · Quem mais comentou · Faculdade "Auxilium" de Filosofia, Ciências e Letras de Lins
ResponderExcluirPrecisamos mesmo cuidar com carinho de nossa alimentação"" Muito importante texto!!
Boa noite, minha querida amiga Eloiza Miranda!!!
ExcluirSim, a alimentação é muito importante para a saúde do corpo e da mente.
Obrigado, minha querida amiga, que bom que gostou da matéria, fico muito feliz com sua presença, com seu comentário, com seu apoio e carinho de sempre, valeu mesmo!!!
Tenha uma semana maravilhosa e abençoada!!!
Abraços e muita saúde para você!!!