Um ancião índio
norte-americano, certa vez, descreveu seus conflitos internos da seguinte
maneira:
- Dentro de mim
há dois cachorros. Um deles é cruel e mau. O outro é muito bom, e eles estão
sempre brigando.
Quando lhe
perguntaram qual cachorro ganhava a briga, o ancião parou, refletiu e
respondeu:
- Aquele que eu
alimento mais frequentemente.
(Paulo Coelho)
Somos
responsáveis pelos nossos conflitos, pois os criamos apenas para atingir a
experiência e compreensão da harmonia, da paz, da felicidade.
Sabemos desde o
princípio que é uma guerra perdida, mas insistimos. A única saída que nos
damos, dentro dessa luta absurda é a aceitação e a entrega. Esse é o verdadeiro
propósito do conflito que criamos. Acredito verdadeiramente que a natureza
primeira do homem é boa e pacífica. Somos sim seres auto reflexivos, absorvemos,
nos apropriamos e devolvemos ao mundo aquilo que absorvemos.
Transformamos e
somos transformados todo o tempo. Somente quando o impulso natural em direção
ao afeto é obstruído ou bloqueado que se desencadeiam sentimentos negativos
como a frustração, seguida da raiva.
O coração se
abre quando o lixo é retirado. É a partir desse fato que chego à conclusão que
nossa natureza é primeiramente bondosa e amorosa.
Temos também
que aprender a escolher diferenciar a fantasia da realidade. Devemos
experimentar a independência do ego, sem medo de se desmanchar. Isso requer
aceitação. Aceitação dos nossos limites, nossas raízes, nossa luz e nossa sombra
e determinação para mudar.
Vivemos em
guerra com nosso ego. Separando-o do Universo e da vida, permitimos que ele nos
domine, esquecemos que esse mesmo ego foi construído por nossos anseios
infantis. Mas percebo que muitas vezes é bastante interessante deixar nosso
desejo de lado e permitir que nossa vida viva por si mesma.
Quem não
conhece aquela maravilhosa frase de Cristo, que diz: "Faça tua parte e eu
farei a minha". Pare um pouco e reflita sobre esta frase. Fazemos nossa
parte, mas qual é o momento exato de deixarmos o Universo agir por si mesmo,
deixar que se cumpra o nosso destino? Você já tentou entregar um momento de
total impotência nas mãos de Deus? Conseguiu?
Como
complicamos tudo, não é verdade? Seria tão mais fácil simplesmente viver e
deixar viver. Por que será que nunca conseguimos simplificar?
Se formos
sensatos, tentaremos aprender um pouco com a sabedoria e construiremos um modo
de vida mais completo, que possamos unidos solucionar os conflitos que todos
nós, humanos, trazemos em nossos corações.
A maior batalha
que o ser humano pode travar é determinar e superar os conflitos da sua
própria natureza.
“Devemos
promover a coragem onde há medo, promover o acordo onde existe conflito, e
inspirar esperança onde há desespero.” (Nelson
Mandela)
Para cultivar a
sabedoria, é preciso força interior. Sem crescimento interno, é difícil
conquistar a autoconfiança e a coragem necessárias. Sem elas, nossa vida se
complica. O impossível torna-se possível com a força de vontade. (Dalai Lama)
Todos os opostos - bem e mal, ter ou não ter, ganhar e
perder, eu e os
outros - dividem a mente. Ao aceitá-los
nos afastamos de nossa mente original
e sucumbimos
a esse dualismo. (Tsai Chih Chung)
Abraços e muita
paz!!!
Entre o bem e o mal, conflitos internos
Reviewed by Luís Eduardo Pirollo
on
julho 26, 2013
Rating: