Todos os homens são pecadores e estão sujeitos ao Juízo de Deus. O pecado
não é um simples tropeço da livre vontade, ou um erro, ou uma fraqueza
momentânea: ele é uma das mais horríveis doenças, que envenenou toda nossa
natureza humana. Todo o mal no mundo inteiro provem do pecado: a perda da
liberdade moral, a perda da alegria de contato com Deus. Do pecado resultam
inúmeras doenças físicas e psíquicas, a propensão ao mal e a pouca vontade de
fazer o bem.
O pecado perturbou a harmonia entre as forças físicas e psíquicas,
morais, e isso resultou na perturbação da vida familiar e social, resultou na
injustiça, na opressão mútua, no embuste, nos crimes, a violência, nas guerras,
com as quais vieram a pobreza e a fome... E é exatamente o pecado que é a causa
da pior calamidade - a morte, que inevitavelmente destruiu todas as boas e
radiantes esperanças do homem!
O apóstolo
Paulo começa a sua Epístola pela descrição da depravação do homem. Ele prova,
que todos são pecadores, sem exceção. Nada podia redimir espiritualmente o
homem: nem a voz da consciência, nem a perfeita criação da natureza, que
testemunha sobre o Criador, nem a lei escrita, dada a Moisés por Deus, nada,
absolutamente nada podia regenerar a humanidade. Todos - tanto gentios como judeus
- afundaram nos pecados e, portanto são estranhos à Deus e condenados a
perecer.
Realmente, a
ira de Deus revela-se do alto do céu contra qualquer impiedade e injustiça dos
homens, os quais renegam a verdade pela maldade. Pois, o que se pode conhecer de
Deus, a eles foi manifestado, porque Deus, com efeito, manifestou-se a eles.
Desde a criação do mundo, a Sua natureza invisível - Seu poder sempiterno e Sua
divindade - se fazem visíveis através da contemplação de Sua obra. Por isso,
não há escusas para eles. Pois, tendo conhecido a Deus, não O glorificaram como
Deus, nem Lhe renderam graças, mas, enredaram-se em seus vãos raciocínios, e se
lhes obscureceu o coração insensato (vangloriaram-se de sua sabedoria e
tornaram-se estultos, e substituíram a glória de Deus imortal por um simulacro,
simples imagem de homens mortais, de aves, quadrúpedes e répteis), e por isso,
Deus os entregou à impureza dos apetites de seus corações, de modo a desonrarem
seus próprios corpos. Eles confundiram o verdadeiro Deus com seres falsos,
prestando culto e adoração às criaturas, em lugar do Criador, o qual é bendito
para sempre, amém! (1:18-25)
Como não
fizeram caso do verdadeiro conhecimento de Deus, entregou-os Deus a sentimentos
depravados - por isso, estão repletos de toda espécie de injustiça, malícia,
cobiça e perversidade; cheios de inveja, homicídio, discórdia, dolo e malignidade;
são detratores, caluniadores, inimigos de Deus, insolentes, soberbos, presunçosos,
inventores de iniquidades, rebeldes aos pais, insensatos e inconstantes, sem
amor nem compaixão. (1:26-31)
Deus é justo.
Por isso, é
inescusável, ó homem, quem quer que sejas, quando te arvoras em juiz. Julgando a
outros, condenas a ti, já que fazes aquilo mesmo que condenas. Pois sabemos que
o juízo de Deus, cuja norma é a verdade, fere os que cometem tais coisas.
Condenando os que praticam tais coisas, quando procedes da mesma forma, pensas,
ó homem, que escaparás do juízo de Deus? Ou desprezas a riqueza de Sua bondade,
paciência e longanimidade, desconhecendo que a bondade Divina te incita para a
penitência? Com essa dureza e esse coração impenitente acumulas cólera para o
dia da ira e revelação da sentença de Deus, o qual retribuirá a cada conforme
suas obras: vida eterna aos que buscam, perseverando na prática do bem, a
glória, a honra e a imortalidade; ira e indignação, porém, aos que se obstinam
no egoísmo, contradizendo a verdade e regulando sua conduta pela
injustiça (2:1-8.).
Tribulação e
aflição surpreendem a alma do homem pecador, enquanto glória, honra e paz será
a partilha de quem praticar o bem, pois perante Deus não há acepção de pessoas.
Os que pecaram sem conhecer a Lei, também perecerão sem ela. Os que pecaram
conhecendo a Lei, serão condenados por essa Lei. Porque, diante de Deus passará
por justo, não quem sabe a Lei, mas quem a cumpre. (2:9-13).
Levamos, acaso,
alguma vantagem? De modo algum! Pois, todos se acham sob o domínio do pecado,
como diz a Escritura: "Ninguém, nem sequer um, é justo. Não há, quem
seja sensato e procure a Deus com seriedade. Todos se extraviaram e se
perderam; não há alguém que faça o bem, nenhum sequer" (Salmo
13:1-3). "Sua garganta é sepulcro aberto; com suas línguas urdem
fraudes. Seus lábios ocultam veneno de serpente" (Salmos 5:10; 139:4).
"Sua boca está repleta de maldição e amargura" (Salmo 9:28).
"Ágeis são seus pés para derramar sangue; ruína e miséria são seus
caminhos; ignoram o caminho da paz" (Provérbios 1:16; Isaías 59:7-8).
"Não há ante seus olhos o temor de Deus". (Salmo
35:2). Ora, sabemos que tudo, quanto diz a Lei, diz aos que estão sujeitos
à Lei, para que se cale toda a boca e que todo mundo se confesse culpado diante
de Deus. Porquanto, pela observância da Lei, nenhum homem será justificado
diante d’Ele: pela Lei, só vem o conhecimento do pecado (Romanos, 3:9-20).
Mas agora, sem
a Lei, manifestou-se a justiça de Deus, testemunhada pela Lei e pelos profetas,
justiça de Deus pela fé em
Jesus Cristo , a todos aqueles que creem; pois, já não há mais
distinção: todos pecaram e estão sem a glória de Deus; e estão
justificados gratuitamente pela Sua graça, em virtude da redenção
realizada em Jesus Cristo :
Deus o destinou para ser, pelo seu sangue, vítima de propiciação, mediante a
fé, para demonstrar Sua justiça, porque, em Sua longanimidade Ele tolerará os
pecados anteriores. Para manifestar, enfim, Sua justiça no tempo presente, como
quis mostrar-se justo e justificar que vive da fé em Jesus Cristo. (3:21-26).
Há, portanto,
motivo de se ufanar? Nenhum. Em virtude de que Lei? Pela das obras? Não! Mas em
virtude da lei da fé! Por isso, concluímos que o homem é justificado pela fé,
sem as obras da Lei. Realmente, não há senão um só Deus que justificará todos
pela fé. Minamos, pois, a autoridade da Lei pela fé? Não! Antes, a
confirmamos! (3:27-31).
(Apóstolo Paulo) Tradução: Tatiana Zyromski
Abraços e muita
paz!!!
Juízo de Deus
Reviewed by Luís Eduardo Pirollo
on
dezembro 01, 2012
Rating: