Quantas vezes
minha esperança será posta à prova?
Por quantas
provas terá ela que passar? Tudo isso que está aí no ar, malas, cuecas que voam
entupidas de dinheiro, do meu, do nosso dinheiro que reservamos duramente para
educar os meninos mais pobres que nós, para cuidar gratuitamente da saúde deles
e dos seus pais, esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso
mais.
Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?
Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?
Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que
tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a
mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.
Meu coração
está no escuro, a luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha
mãe, minha avó e os justos que os precederam: "Não roubarás",
"Devolva o lápis do coleguinha", "Esse apontador não é seu,
minha filha". Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que
escutar.
Até habeas
corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar e sobre a qual minha
pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado
interessará. Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo
sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda vou ficar.
Só de sacanagem! Dirão: "Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo
mundo rouba" e vou dizer: "Não importa, será esse o meu carnaval, vou
confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos, vamos pagar
limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente
consegue ser livre, ético e o escambau."
Dirão: "É
inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de
Portugal". Eu direi: Não admito, minha esperança é imortal. Eu repito,
ouviram?
Imortal! Sei
que não dá para mudar o começo mas, se a gente quiser, vai dar para mudar o
final! Só de sacanagem – cantora: Ana Carolina
(Composição: Elisa Lucinda)
A esperança não
murcha, ela não cansa, também não sucumbe à crença. Vão-se sonhos nas asas da
descrença, voltam sonhos nas asas da esperança. (Augusto dos Anjos)
A esperança
seria a maior das forças humanas, se não existisse o desespero. (Victor Hugo)
O fim da
esperança é o começo da morte. (Charles de Gaulle)
A verdadeira
esperança é uma qualidade, uma determinação heroica da alma. E a mais elevada
forma de esperança é o desespero superado. (Georges Bernanos)
A esperança é o
único bem comum a todos os homens; aqueles que nada mais têm - ainda a possuem.
(Tales Mileto)
Tudo quanto
vive, vive porque muda; muda porque passa; e, porque passa, morre. Tudo quanto
vive perpetuamente se torna outra coisa, constantemente se nega, se furta à
vida. (Fernando Pessoa)
Abraços e muita
paz!!!
Esperança, um sonho feito de despertares
Reviewed by Luís Eduardo Pirollo
on
novembro 30, 2012
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