Um grande sábio
possuía três filhos jovens, inteligentes e consagrados à sabedoria. Em certa
manhã, eles altercavam a propósito do obstáculo mais difícil no grande caminho
da vida. No auge da discussão, prevendo talvez consequências desagradáveis, o
genitor benevolente chamou-os a si e confiou-lhes curiosa tarefa.
Iriam os três
ao palácio do príncipe governante, conduzindo algumas dádivas que muito lhes
honraria o espírito de cordialidade e gentileza.
O primeiro seria o portador de
rico vaso de argila preciosa. O segundo levaria uma corça rara. O terceiro
transportaria um bolo primoroso da família. O trio recebeu a missão com
entusiástica promessa de serviço para a pequena viajem de três milhas; no
entanto, no meio do caminho, começaram a discutir.
O depositário
do vaso não concordou com a maneira pela qual o irmão puxava a corça delicada,
e o responsável pelo animal dava instruções ao carregador do bolo, a fim de que
não tropeçasse, perdendo o manjar; este último aconselhava o portador do vaso
valioso, para que não caísse.
O pequeno séquito
seguia, estrada afora, dificilmente, porquanto cada viajante permanecia atento
as obrigações que diziam respeito aos outros, através de observações acaloradas
e incessantes. Em dado momento, o irmão que conduzia o animalzinho, olvida a
própria tarefa, a fim de consertar a posição da peça de argila nos braços do
companheiro, e o vaso, premido pelas inquietações de ambos, escorrega, de
súbito, para espatifar-se no cascalho.
Com o choque, o
distraído orientador da corça perde o governo do animal, que foge espantado. O
carregador do bolo avança para sustar-lhe a fuga, e o bolo se perde totalmente
no chão. Desapontados e irritadiços, os três rapazes voltam a presença do pai,
apresentando cada qual a sua queixa de derrota.
O sábio, porém,
sorriu e explicou-lhes:
- Aproveitem o
ensinamento da estrada. Se cada um de vocês estivesse vigilante na própria
tarefa, não colheriam as sombras do fracasso.
O mais
intrincado problema do mundo, meus filhos, é o de cada homem cuidar dos
próprios negócios, sem intrometer-se nas atividades alheias. Enquanto cogitamos
de responsabilidades que competem aos outros, as nossas viverão esquecidas.
(Do Livro Jesus
no Lar - Néio Lúcio)
Não devemos
julgar a vida dos outros, porque cada um de nós sabe de sua própria dor e
renúncia. Uma coisa é você ACHAR que está no caminho certo, outra é ACHAR que
seu caminho é o único!
(Paulo Coelho)
A verdade
reside em todo coração humano, e cada um deve procurar por ela lá, e ser guiado
pela verdade assim que a veja. Mas ninguém tem o direito de forçar os outros a
agirem de acordo com sua própria visão da verdade.
(Mahatma Gandhi)
Abraços e muita paz!!!
O Obstáculo mais Difícil da Vida
Reviewed by Luís Eduardo Pirollo
on
outubro 24, 2012
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