Como aliviar a dor do que não foi vivido?
A resposta é simples como um verso:
Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional...
(Carlos Drumond de Andrade)A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional...
Por que será que nos agarramos a situações para as quais conhecemos perfeitamente o desfecho?
Sabemos de antemão o que fazer, mas somos tomados pela angústia
de ter que assumir uma decisão que vai nos fazer sofrer.
Colocamos à frente um passo que poderia ter sido tomado agora.
Nos enganamos conscientemente.
Prorrogamos a decisão para que a dor seja prorrogada.
É possível que dentro de nós achamos que a dor esticada vai ser
mais suave.
Se não podemos evitá-la, pelo menos vamos vivê-la a prestações,
sem muita consciência que os juros podem ser muito altos no fim.
Dar um passo
errado não nos custa tanto quanto ter que assumi-lo.
E ter que
conviver com ele ou as conseqüências dele.
Uma vez que
reconhecemos o caminho errado, o normal seria voltar.
Mas o que
fazemos?
Olhamos pra
trás, medimos o caminho percorrido, nos perdemos no tempo sem sair do lugar,
mesmo se a vida se apressa ao nosso redor.
Conhecemos o
abismo que se apresenta diante da situação, mas nos recusamos a admiti-lo, embora
saibamos que não queremos cair nele. Caminhamos a passos lentos, guiados pela
esperança que nunca nos abandona, mesmo sabendo que uma hora ou outra teremos
que pôr o ponto final. Fim da história.
Fim de nós
de uma certa maneira, ou daquilo que vivemos e sonhamos.
Acreditamos
num pequeno lapso de tempo que nunca mais outra oportunidade virá a nós, como
se a vida fosse limitada.
Nos
entregamos à dor como nos entregamos ao amor. Inteiramente.
E somos invadidos por uma sombra que nos isola de tudo.
Mas que
maravilhoso remédio é o tempo!
Começamos a
notar coisas para as quais estávamos cegos.
O dia
seguinte será ainda melhor e virá um outro e um outro.
Quão
grandioso é esse Maestro do universo!
Com um
simples sopro ressuscita o sol a cada manhã e nos eleva com ele. Somos dessa
maneira não uma pessoa nova, mas uma pessoa renovada.
Mais vivida.
Carregados
de experiências que nos serviram de lição, que nos enriqueceram e nos tornaram
uma pessoa, quem sabe, melhor.
(Letícia Thompson)
Aflição Vazia
Reviewed by Luís Eduardo Pirollo
on
setembro 07, 2012
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