Veio da Índia a frase do célebre poeta Rabindranath Tagore sobre por que existiam as crianças: "São a eterna esperança de Deus nos homens".
Sentados à beira do rio, dois pescadores seguram suas varas à espera de um peixe. De repente, gritos de crianças trincam o silêncio. Assustam-se.
Olham para a frente, olham para trás. Nada. Os berros continuam e vêm de onde menos esperam. A correnteza trazia duas crianças pedindo socorro. Os pescadores pulam na água. Mal conseguem salvá-las com muito esforço, quando ouvem mais berros e notam mais quatro crianças debatendo-se na água.
Desta vez, apenas duas são resgatadas. Aturdidos, os dois ouvem uma gritaria ainda maior. Dessa vez, oito crianças vindo correnteza abaixo. Um dos pescadores vira as costas ao rio e começa a ir embora. O amigo exclama:
- Você está louco, não vai me ajudar?
Sem deter o passo, ele responde:
- Faça o que puder. Vou tentar descobrir quem está jogando as crianças no rio.
Essa antiga lenda indiana retrata como nos sentimos no Brasil. Temos poucos braços para tantos afogados. Mal salvamos um e vários descem rio abaixo, numa corrente incessante de apelos e mãos estendidas. Somos obrigados a cair na água e, ao mesmo tempo, sair à procura de quem joga as crianças.
Desta vez, apenas duas são resgatadas. Aturdidos, os dois ouvem uma gritaria ainda maior. Dessa vez, oito crianças vindo correnteza abaixo. Um dos pescadores vira as costas ao rio e começa a ir embora. O amigo exclama:
- Você está louco, não vai me ajudar?
Sem deter o passo, ele responde:
- Faça o que puder. Vou tentar descobrir quem está jogando as crianças no rio.
Essa antiga lenda indiana retrata como nos sentimos no Brasil. Temos poucos braços para tantos afogados. Mal salvamos um e vários descem rio abaixo, numa corrente incessante de apelos e mãos estendidas. Somos obrigados a cair na água e, ao mesmo tempo, sair à procura de quem joga as crianças.
Incrível como alguns homens às margens do rio conseguem conviver com os berros. E até dormir sem sobressaltos. É como se não ouvissem. Se o pior cego é aquele que não quer ver, o pior surdo é aquele que não quer ouvir. É gente que não conhece o prazer infinito da solidariedade.

E você está escutando os gritos???
(Maktub)
Indiferença, uma doença que mata.
Mórbida Indiferença...
Reviewed by Luís Eduardo Pirollo
on
agosto 04, 2011
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